sábado, 8 de dezembro de 2018

Amadurecer e resgatar essências


A cada ano que vai passando eu vejo o quanto eu perdi algumas coisas da minha essência e escrever é uma delas. Escrever faz parte da minha essência, é o modo que o meu corpo acha de extravasar sentimentos, de gritar medos, de expressar raiva, de chorar tristeza e até mesmo de rir alegria. As coisas só voltam pro lugar quando a gente entende elas. A gente se permite olhar para si mesmo e para os outros com olhos de delicadeza, de pureza, de simplesmente essência. Não necessariamente uma essência infantil, mas um propósito de alma, que vem com a gente pra esse mundo e a gente vai deixando esquecer pelo caminho. É, tem tantas coisas mais importantes pelo caminho, né? Tantas vivências, tantos aprendizados, mas será mesmo que não há 30 minutos para ouvir uma boa música e transcrever sentimentos? De puxar pela raiz aqueles sentimentos que não podem sair pela boca e acabam morrendo na garganta? A escrita me possibilita a extinção das ervas daninhas! Quero voltar a ter o coração limpo de amarguras, de pequenos desgostos que juntos, de pouquinho em pouquinho, viram avalanche, mediante qualquer mínima coisa que transborde o copo. É choro, é grito, é raiva contida. Não é apenas uma coisa ou outra, são todas, aquelas que guardei pra mim e esqueci de soltar o balão ao vento. Deixei cair pelo caminho tantas coisas, mas ainda é tempo de refazer o caminho, recolhendo tudo aquilo que tanto bem me fazia. 

"...Há muito tempo que ando nas ruas de um porto não muito alegre e que, no entanto, me traz encantos e um pôr de sol me traduz em versos de seguir livre muitos caminhos, arando terras, provando vinhos, de ter ideias de liberdade, de ver amor em todas idades...."

domingo, 20 de agosto de 2017

Amadurecer



Amadurecer é uma questão de tempo. É questão interior e não exterior. É algo que acontece de dentro pra fora. 
Viajei o mundo tentando encontrar algo que existia apenas dentro de mim. Resisti a tratamentos, procurei Deus e o mundo para que me ajudassem a sair daquele poço escuro em que eu me encontrava e quando eu parei de procurar, quando eu aceitei quem eu era de verdade tudo se resolveu. 
Aprendi que ninguém pode saber o que a gente sente se a gente não falar. Ninguém pode te ajudar se tu não pedir ou não quiser ajuda. E principalmente: se tu não quiser te ajudar. 
Eu viajei pra dentro de mim mesma, me conheci de verdade, entendi quem eu era. Vi toda minha sombra, meus medos, minhas crises e os iluminei com muito amor. Desejei que eu fosse apenas luz e assim vivo. 
Não sou uma pessoa perfeita, ninguém é. Tenho meus erros, minhas loucuras, minhas válvulas de escape, mas e quem não os tem? Somos todos parte de um todo único e isso me faz perceber que o outro também sou eu e, portanto, devo tratá-lo como eu gostaria de ser tratada, com todo amor e carinho do mundo, pois todos nós temos defeitos.
Aprendi que com um sorriso posso desarmar muita gente. Posso fazer piada de coisas sérias e acabar com brigas e desentendimentos. Aprendi a levar a vida como ela é, leve, fluida. Deixar que as coisas aconteçam.
Aprendi a utilizar tudo o que eu sei para o meu próprio bem. Aprendi que ajudando os outros me ajudo muito mais. Me dôo para o universo e recebo muita coisa linda de volta. 
Aprendi a iluminar preconceitos, a não julgar o outro, pois assim como ele não sabe o que eu sinto, eu também não sei quais são os sentimentos dele. 
Há ainda pequenas coisas a serem resolvidas, mas acredito que com o passar do tempo o amadurecimento chega. O autoconhecimento me traz tantos benefícios que só de lembrar como me sinto hoje, me emociono. É uma felicidade interna que não tem tamanho, não cabe em mim, transcende minha alma e expande ao meu redor, eu sinto. 
E o mais importante que eu entendi é que eu posso ser eu mesma sem medo de errar. Sem medo de desapontar as pessoas. Sem medo de ser taxada de louca, de boba, de infantil, pois o que importa mesmo é o que eu penso de mim e qual é a minha essência. Se a minha essência é de amor, então tá tudo certo :)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Ficar só... Só pra se viver...

Às vezes eu só acho que tudo o que eu quero ainda não existe. Às vezes eu acho que tudo que vem à minha cabeça é impossível. Às vezes eu só imagino coisas que nunca vão existir.
E me frustro com isso. Tantas vezes...
Mas quando a minha imaginação é um pouco reforçada pela realidade é tão empolgante, a ansiedade se torna cada vez maior e dormir é impossível, mesmo que me entupa de remédios. É só porque eu acho que tudo está tão perfeito que algo ruim tem que acontecer. Sempre penso na história do "silver lining", mas parece que a minha cabeça funciona ao contrário. Encontre sempre o lado ruim. Fique com medo, não se entregue porque algo está errado, algo vai dar errado. Por que sair da cama se nada vai dar certo?
Penso em Deus. Oro. Tento lembrar que Ele existe e está cuidando de tudo, mas logo esqueço. Eu não mereço. Se repete na cabeça aquela frase que eu tanto ouvi: não faz mais do que a tua obrigação. E não é verdade? O que eu faço de bom pra merecer que o bem aconteça na minha vida? Nada. E aí fico triste por não fazer nada de bom ao invés de agir. 
Que dor que é viver. Talvez eu saiba realmente ser triste e não saiba, nem de perto, ser feliz. Como é difícil ser feliz.
Talvez tudo tenha acontecido tão rápido e ouço a voz da Paula Toller ao dizer que poderíamos ter vivido um amor Grand'Hotel, seja lá o que isso signifique. Talvez tu soubesse. Talvez me explicasse tantas coisas que eu nem sonho que existam e eu pudesse ter te mostrado tantas outras que não passaram pelo teu mundo, mas acabou.
Acabou e ninguém disse nada. Acabou e eu nem ouvi a tua voz. 
Acabou.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Today is not my day

Acordada até as 4h30 da manhã vendo um seriado viciante até acabar a bateria do notebook. Dormi por poucas horas até acordar com o telefone tocando minha música preferida. Patience. Era só uma indireta do que eu mais ia precisar nesse dia. Eu estava atrasada. Muito atrasada. Depois de me arrumar correndo, tentar chegar o mais rápido possível na faculdade, mesmo com tantos carros que não tinham pressa nenhuma na minha frente e nenhum lugar para ultrapassar. Respiro fundo. Ligo o rádio. Talvez a música acalme um pouco mais do que o silêncio gelado (quase que literalmente), que por mais um pouco daria para cortar fisicamente. Cheguei. O celular cai com a tela no chão de concreto. Eu o tentei pegar junto com o vade mecum, o caderno, a bolsa e a chave do carro ao mesmo tempo. Era óbvio que não ia dar certo, só eu não vi. Respiro fundo de novo. Não quebrou. Subo as escadas e minha amiga passa correndo dizendo que vai em casa porque tem certeza de que esqueceu o fogão aceso. A colega avisa que a minha nota 8,1 era realmente um engano, tirei um 5,4. Foi um 5,4 na minha matéria preferida. A felicidade foi momentânea. Ao menos a frequência irá aumentar. De que adianta se a nota que importa eu não tenho?
Ao passar da aula começo a me sentir mal novamente, como tem sido recorrente. Todas as tonturas, os enjôos, as dores, talvez eu comece a viver com isso pra sempre. Desisto de acompanhar a aula, o mal estar me domina e o sono aparece com ele, afinal foram menos de 3h dormindo essa noite. Maldito seriado. A aula acaba, tentamos contato com salão e restaurante para coisas da formatura e nada. Dou carona para alguns colegas, o papo é agradável até parece que o dia vai melhorar. Embico o carro para guardar na garagem, finalmente vou conseguir dormir e PUTA QUE PARIU. É ÓBVIO QUE EU ESQUECI AS CHAVES DE NOVO. Não pude segurar as 5 lágrimas que correram quando eu soube que o meu pai estava em outra cidade, minha mãe no trabalho e minha irmã em aula.
Fui atrás da chave reserva que fica com o sistema de segurança da casa e demorei 2h pra conseguir retirar a porcaria da chave. É. Deu pra mim, agora não vou dormir mais. Saio para fazer a cópia da chave: fechado. Vou imprimir um calendário para me organizar melhor: fechado. Vou comprar um uniforme extra pro ballet: fechado, fechado, fechado, fechado. CARALHO. Só o que eu pude dizer. QUAL A PORRA DO PROBLEMA DESSA CIDADE? Depois de andar mais um pouco encontro uma alternativa, menos eficiente, mas ainda eficiente e volto pra casa com uma cópia de chave mal acabada que quase não entra na fechadura, mas enfim em casa novamente. Vou avisar meu pai e ARRANHEI TODA PELÍCULA DO CELULAR COM A CHAVE. Grande ideia colocar os dois no mesmo bolso!
E a melhor coisa do dia, até então, foi encontrar a melhor música dos últimos tempos: https://www.youtube.com/watch?v=7XYSX2hnmoY
Sempre vai ter um pingo de preto em todo branco, um pingo de branco em todo preto e um inferno astral antes de um aniversário. O que me resta fazer? Rir. E dormir, porque ninguém é de ferro e o resto pode esperar.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Mudanças

Eu sempre fui daquelas pessoas que se apegam até a um papel de bala que alguém especial deu, ou uma flor que caiu na minha frente enquanto eu passeava com um amigo em um dia comum. Chorei quando meu pai resolveu trocar o carro que havia acompanhado nossa família desde que eu me lembrava e só de imaginar em mudar de casa sentia arrepios dos pés à cabeça.
Acontece que quando a gente chega ao fundo do poço as coisas mudam. Às vezes mudam pra pior, mas às vezes a gente acaba por descobrir um "eu" diferente do que a gente conhecia. Eu que tinha medo de botar um caderno fora estou agora aqui, planejando minha vida de uma forma completamente diferente.
Ao refletir sobre a minha vida eu reparei que as mudanças sempre foram um processo lento e, ao mesmo tempo, repentino. Por um certo período trabalhei a ideia de fazer mechas coloridas no cabelo e, de repente, lá estava eu com aquelas partes desformes, mas cor-de-rosa a se destacar no castanho. Conversei comigo mesma por um longo tempo em como seria bom uma separação. E quando meus pais me contaram, surtei. Duas vezes.
Apesar de eu sempre saber o que iria acontecer, eu acabava por não saber lidar com a mudança no momento em que ela ocorria. Mas ao bater com a cara na parede decidi que alguma coisa eu deveria fazer pela vida e então aqui estou eu.
Aos poucos fui me reinventando, usando coisas que nunca pensaria em usar, fazendo coisas que eu nunca pensaria em fazer. Pelo simples prazer de: viver a vida. Tenho medo de olhar pra trás e ver que não aproveitei todas as chances que me foram dadas. De perder a oportunidade da minha vida simplesmente por MEDO de arriscar.
Foi um processo demorado me libertar do casulo, mas percebi que não vale a pena se prender por qualquer coisa. A vida é uma só e eu estou aqui para vivê-la. O que não cabe nela, o que me faz mal, eu deixo que o vento leve. Levo comigo só as coisas boas e não deixo mais que maus pensamentos predominem, sejam de quem for.
E eu que sempre chorei pelas mudanças, agora eu choro quando elas acabam :(

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Se tu soubesse quanta coisa guardo por ti... Guardo por ti carinho, admiração, amizade, mas também guardo algo mais forte.
Guardo ainda medo, timidez, vergonha e um pouco de falta de esperança.

Ah se tu soubesse...

Maybe you should change this before it gets too late...

Everything changes and nothing stays the same...

Lá vai, o texto mais clichê da vida: o balanço do meu ano.

Estava pensando em 2013, como eu tinha achado esse ano ruim, mas todo ano ruim tem seu lado bom. Pensei, pensei e descobri. Esse ano eu me resgatei de mim.
Durante algum tempo fui alguém que eu não era, dependi de pessoas que não deveriam me sustentar, perdi diversas oportunidades, convivi com gente que eu não gostava pra poder agradar outras pessoas. E, após um período de extrema tristeza, aos poucos, me redescobri. Lembrei de como eu era feliz antes disso, de como eu fazia o que eu queria sem que ninguém viesse me dizer o que era certo ou o que era errado. Por que alguém tem que me ditar regras?
Lembrei que eu já tenho meus 22 anos, os 23 não tardam a vir e eu tenho que correr contra o tempo e aproveitar cada segundo que me resta nesse mundo. Nunca se sabe se eu vou morrer daqui a 10, 30, 50 anos ou amanhã. Ninguém conhece o dia de amanhã. E por que raios eu devo me privar de algo que vai me fazer feliz?
Ouvi um dia a frase "livrai-me de tudo que me prende o riso" e é isso que eu repito, todos os dias. Aprendi a agradecer. Se hoje eu estou aqui e tenho tudo que tenho é graças a alguém. Aprendi a ver o lado bom das coisas, mesmo que seja pequeno.
Aprendi a dar valor a quem me dá valor e a reconhecer aqueles que só me fazem mal. Aprendi a ignorar quem não me faz bem e conviver com quem me faz feliz.
Cresci, mas também voltei no tempo. Voltei a ser quem eu era, voltei à minha essência. E quem me vê agora diz que sou muito mais feliz.
Agora não importa mais o que vai acontecer, só tenho a certeza de que serei eu mesma em qualquer situação, sem me prender por nada.

Mas apesar disso tudo, tenho a dizer que mal posso esperar esse ano ir embora. Quero um ano novinho em folha, com cheiro de recomeço e sabor de esperança. Tenho sede de viver! Quero que venham novos ares!

E pra terminar 2013 com um final feliz, lá vou eu mudar de novo :)